Arlyson Ernesto em: Louvação a minha terra: Alto do Bode

 

POR ARLYSON ERNESTO

 

 

 

 

            Primeiramente, gostaria de agradecer a todos que sempre estão nos homenageando com a leitura de meus artigos. Por isso, gostaria de fazer uma louvação a minha terra natal; pois no último artigo falei de minha tristeza, agora desejo gloriar a minha terra.

 

            Não muitos anos atrás, nasci, e minha família sempre habitou no bairro do Alto do Bode. Uma terra bela e que sempre me traz muita alegria. Claro que poderia falar de muitas outras coisas, mas quero homenagear um bairro histórico de nossa cidade. O nome Alto do Bode, deriva da criação de bodes que eram criados no alto da rua Leopoldina, então, sempre chamavam, o alto do bode.

 

            É um bairro que não tem muita coisa, porém, muita história. Temos algumas ruas: Rua Leopoldina, Rua São José, Rua do Sol, Rua da Alegria, Rua Marajoara, e minha eterna rua São Benedito. Todas unidas por travessas e todas se encontrando no marco zero de nossa história – o pé de galinha. Sim, aquele lugar onde no dia 28 de junho temos o bumba meu boi. Não é um bairro arquitetado, mas sei que Oscar Niemeyer sente inveja, sim, inveja pois não foi ninguém que planejou o bairro, mas a história o evocou a ser simbolismo.

 

            Sem contar que muitos o chamam pelo apelido: condomínio Beverly Hills ou simplesmente o condomínio. Vou explicar. Nós temos apenas uma rua de entrada e saída, no mais é para o campo. Ah! E quem recebe os visitantes não é o guarda na guarita, mas sim Nossa Senhora das Graças, a primeira pequena rua é dela; por isso temos orgulho, a nossa Mãe do Céu é quem protege o meu povo.  

 

            Todos resmungam contra a civilização do século XXI que distancia as pessoas, prega o individualismo…etc,etc, mas não lá. Somos todos irmãos, podemos até brigar, mas nos amamos. Você não vai encontrar estranhos lá. Todos se conhecem e prezam uns pelos outros.

 

            Tenho muitas saudades dali, lá se vivi como se o tempo fosse apenas uma chuva de nossa história, daqui a pouco passa. Existem famílias que ali moram a mais de sessenta anos. Os pais morreram, mas ficam os filhos e assim por diante. A rua São Benedito é assim. Temos um prefeito, vereador e o povo. Vamos dar nomes: o prefeito é seu Benetido carranheta, o vereador Vilmar e os demais a democracia. É assim mesmo, somos um povo unido, amamos uns aos outros, sentamos nas portas, batemos prozas e se… adoceu? Os vizinhos são formados em primeiros socorros. Costumo dizer que lá ninguém morre sozinho, todos se preocupam e ninguém fica desolado.

 

            E quem já se mudou? Ah! Só saiu, mas todas as tardes volta lá! Ninguém vive longe de sua primeira casa. É lá que ta a “vida de um povo com certeza”. E por falar em vida quero homenagear seus grandes filhos (in memorian): D. Eufrásia, prof. Cardoso, D. Marina, D. Conça, Baralhada, seu Catarino, Arimáteia, seu Borges. Esse povo marcou o nosso bairro, eles sim fizeram nossa história.

 

            Se Gonçalves Dias conhecesse Pindaré-Mirim diria que o “amor nasceu ali”. E, principalmente, no Alto do Bode. Terra acolhedora de minha vida, tenho medo de um dia morrer sem voltar para ti. Por isso, meus amigos, não percam tempo e quando entrarem lá, não se esqueçam, que estarão adentrando na terra do amor, na minha casa, na minha vida.

 

Te amo Alto do Bode.

William Junior

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