ARTIGO! Arlyson Ernesto em: Geração: filhos da mãe

Geração: filhos da mãe
      Se formos parar pra pensar, a nossa sociedade é uma composição heterogenia de gerações. Elas são oriundas de muitos lugares e, inevitavelmente compõe um mosaico pluralizado do nosso povo.

        Desse modo, está na estirpe de nossos antepassados e vindouros, traços e situações pelas quais se sustenta o perfil de nosso povo. Por exemplo: o índio de hoje é composição de seus antepassados + as vicissitudes da sociedade na qual hoje ele se encontra; assim também ocorre com muitas outras composições sociais.

        Muitos livros são responsáveis por guardar pelos séculos a história de cada família, ou seja, a história de um povo. Um exemplo clássico que temos é a Bíblia Sagrada: uma composição bibliográfica que tem por finalidade nos reger por meio de registros a experiência de nossos antepassados na fé. Assim foi e assim será!

        Pois bem, de todas as gerações que tivemos – de Abraão até a da criança que acabara de nascer – nada se compara à geração criada nos últimos 60 anos. Não, não, nada de cigano, nem sociedade alternativa; falo da geração dos filhos da mãe.

        Sim. Uma classe social criada a partir da paixão de dois seres, que juntos pretendiam viver, mas que na verdade não conseguiram nada: a não ser constituir uma prole – que é a coisa mais fácil do mundo!

        Digo isso movido pela percepção do alto índice de filhos criados e educados apenas pela mãe. O pai nesse caso, não passa de uma figura de revista de quadrinhos. O filho da mãe é o filho que sobrou de um relacionamento indefinido pelas causalidades da falta de diálogo.

        O filho da mãe é a pessoa que passa sua trajetória vivencial tentando entender os reais motivos da sua geração; esses gastam muito tempo de sua vida querendo entender porque todos os outros têm um pai, menos ele!

        A geração filhos da mãe cresce com o diagnóstico de crise de identidade: a quem se personificar? À mãe que lhe mostrou tudo ou ao pai que não fez nada, ou melhor, ensinou apenas ausências? E assim vice e versa.

        Ao que parece a tendência desta geração é aumentar cada vez mais, movida pelo câncer na célula mater da sociedade – a família – essa parece está a cada novo dia contado. É “família” assim, desse ou daquele jeito…

        Devemos tomar muito cuidado com nossas raízes familiares, do contrário a bela imagem de família não passará de um álbum de recordações saudosistas! Tratemos nossas relações como elas exigem e, não como experimento científico. 

Assim agindo iremos evitar muitos dias de sofrimento para nossos filhos; poupá-los-emos do dilema da identidade e daremos a cada um a possibilidade de serem apenas filhos – de pais e não apenas de mães! 
Até mais ver!
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