Brasil, onde um comentário de uma jornalista sobre a violência choca mais que a própria violência.

A Jornalista Rachel Sheherazade emitiu uma opinião a respeito de um menor infrator que fora espancado por populares e preso a um poste sem nenhuma peça de roupa. Ela disse que isso é resultado de um Estado omisso, uma justiça falha e uma polícia desmoralizada, o que torna compreensível a atitude dos agressores. Não digo aqui que eles tinham o dever de fazer aquilo, apesar de o art. 301 do Código de Processo Penal dizer que “Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito”.
Rachel-Sheherazade (1)
Partindo desse pressuposto, chegamos a conclusão de que, pela lei, os agressores não estavam errados. Errado está este governo, que mandato após mandato não muda o quadro de violência que se alastrou pelo Brasil, já que deixou de investir em segurança e educação como deveria, o que evitaria a entrada desses jovens no mundo da criminalidade.
E os Nobres Representantes dos Direitos Humanos, que chegam tarde e ainda defendem justamente aqueles que causam terror na sociedade. Aí quando recebem a sugestão de que devem adotar um bandido, acham ruim. A coerência mandou abraços!

Ok, eu sei que a qualidade das prisões no Brasil é da pior categoria. Eu concordo que o meliante deva cumprir sua pena com toda a dignidade, afinal, é um princípio constitucional do qual eles gozam, ASSIM COMO PESSOAS DE BEM. E quando a ação é justamente contra essa classe que contribui genuinamente para o crescimento do país, vocês fazem de conta que nem existimos, dando mais força a impunidade.

E o pior é que quando criticamos vossos atos, somos alvo de repúdio. Pois todo bandido é um coitado, que não teve condições de se sustentar de maneira honesta e usou da desonestidade para sobreviver, que pena! Mas e da mãe que perde um filho num assalto, de um filho que perde o pai, de um profissional que é assassinado em pleno ambiente de trabalho, vocês têm pena?
Se eu acho que bandido tem que morrer? Não, mas sim pagar pelo que fez e pagar de maneira digna. Sou a favor da Lei de Talião? Não, como cristão, fui ensinado que não se deve combater o mal com o mal, mas sim com o bem (Romanos 12:21, Bíblia Sagrada), e o bem é dar uma educação de qualidade às nossas crianças, é tratar o preso não como um caso perdido, mas sim como alguém que tem salvação, inserindo-o de volta para a sociedade como uma nova criatura.

O problema é que enquanto essa hipocrisia estiver ao nosso redor, este sonho não passará de uma mera utopia.

Publicado por Gustavo Melo  – Jus Brasil


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