COM O TÍTULO “O REI ESTÁ NÚ”, SECRETÁRIO DE GOVERNO DE SANTA INÊS FALOU SOBRE O CONCURSO

Confira abaixo na íntegra:

Todos conhecem a fábula: o rei desfilava peladão pelas ruas, mas como ele era muito poderoso, ninguém tinha coragem de abrir o bico. Todos fingiam enxergar vistosos trajes de seda e brocados cobertos de ouro e pedras preciosas. Até que apareceu um menino, muito jovem para discernir o que se deve ou não falar. Vê a cena grotesca e brada: MAS ELE ESTÁ NU! Isso teve o efeito de quebrar o encanto. Os demais criaram coragem a apontaram o óbvio: ele está nu!

Wady Hadad Neto
A mim parece que as últimas informações sobre o polêmico concurso também andou deixando o rei completamente pelado. A descoberta de uma ação judicial negada de “pés juntos” por rei e súditos e a conclusão de um estudo elaborado por uma comissão criada para examinar a legalidade do concurso não deixam dúvidas sobre a condição do rei.

Desconsiderando fatos conhecidos exaustivamente, como anulação de provas e homologação e convocação de aprovados e suplentes, feitos em período vedado pela lei, nos últimos dias vieram a públicos fatos que parecem indicar que toda a pressão feita para que os aprovados fossem contratados serviam, na verdade, para por uma “pá de areia” sobre podridão que a qualquer momento começaria a cheirar mal.
Até então ninguém sabia que a empresa que venceu a concorrência para realização do concurso foi a Fundação João do Vale e não a Apoio Consultoria Treinamentos e Projeto, que efetivamente realizou o certame. Aqui cabe uma ilustração: uma das sócias da Apoio Consultoria é parenta direta da ex-secretária de educação do município.

A pressão pela contratação dos aprovados era tanta que passou despercebida inclusive uma ação judicial promovida pela Fundação João do Vale contra a Prefeitura de Santa Inês e todos os membros da Comissão de Licitação. Não se sabe também como foi possível que o pregão fosse conduzido por um e assinado por outro. E nesse ponto mais uma curiosidade: a presidenta da comissão, a senhora Patrícia da Silva Cruz Pavão assina edital por ela mesma e por outros 3 membros da Comissão. Parece que ninguém queria colocar a mão no angu.

Ainda sobre a ação judicial não se sabe como um caso que precisava de decisão urgente levou tanto tempo para ser examinado. Passaram nada menos que 287 dias entre o protocolo da ação pela Fundação João do Vale e o instante em que o processo recebeu o primeiro parecer. Uma pessoa maldosa no meu lugar diria que a ação também estava aguardando a “pá de areia” que sepultaria para sempre todo assunto.