Copa do Mundo: bacana seria…

Copa do Mundo: bacana seria…

 

      ATUALMENTE não se fala de outra coisa a não ser da tão “esperada” Copa do Mundo. Ela é um fenômeno que todo dia apresenta uma novidade mais espantosa.

Nos noticiários não se diz de outra coisa: só que o futebol está voltando para casa! Um tanto esdrúxulo e ridículo. O futebol sempre esteve em casa: nas ruas, nos campinhos, nas escolinhas… este é o futebol brasileiro, composto por meninos que não vestem nenhuma marca, muito menos patrocínio.

A estória que o Brasil é o país do futebol não passa de uma indústria cultural que, no passar dos anos começou a ser levada goela a baixo – como tantas outras coisas nestas terras!

Bacana seria se o futebol não precisasse sair de casa; que ficasse aqui fazendo silenciosamente o que sempre fez – os meninos sonharem!

Bacana seria se o “país do futebol” não reclamasse muito do seu orgulho. Afinal, não somos a terra da “pelada”?

Bacana seria vê os meninos que um dia cresceram e vestiram a camisa de nossa seleção, orgulhosamente, lutassem por esta pátria amada… bacana seria se eles não levassem a brincadeira de fim de tarde como objeto de angariar somente fundos monetários.

Bacana seria se o “gigante” continuasse dormindo. Pois ele sempre – mesmo hibernando – foi a favor dos seus filhos irem mostrar as suas jogadas no exterior!

Bacana seria se todos os brasileiros deixassem de ser ridículos e tomassem vergonha na cara, a fim de tornarem-se brasileiros de verdade. Bacana seria, seria bacana… se todos os filhos da pátria amada soubessem o seu valor singular e que os seus representantes não os fizesse tais como ingênuos.

Lamento, pois, daqui a alguns anos essa história não passa de um conto democrático de nosso povo; é apenas uma questão de tempo, quando for dado o circo todo mundo vai gostar e achar o máximo… só irão se dá conta quando essa estória doer no bucho! Pois por aqui temos circo todos os dias nos lugares mais impensados: senado, câmaras, prefeituras e júris…

Que bom que o futebol irá voltar para casa, lamento apenas o fato dele ter que escolher depois de tudo migrar para bem longe e, por aqui ficar tudo do mesmo jeito – exceto no que se refere aos “elefantes brancos” que foram construídos para sua chegada.

Não é de causar espanto em ninguém o fato de haver os pós e contra, acerca do assunto. Eu, ao menos, nem esquento cabeça com isso. Os meninos que cresceram jogando uma boa “pelada”, não estão mais nem aí para isso, pensam apenas nas suas gordas contas bancárias. E o seu país de origem? Que se “lasque”, afinal suas cifras estão ótimas e os tolos daqui torcem pelo seu “bom futebol”.

Irei improvisar um camarote para assistir bem de perto o desfecho desta romântica estória. O final já está pronto: mocinhos serão tidos como heróis e vilãos serão perdoados pela oportunidade de circo. Bacana seria mesmo se o futebol não precisasse voltar, pois, se fosse daqui mesmo ele nunca teria ido embora.

Bacana mesmo seria… se os bacanas entendessem o valor do verde e amarelo que vestem.

 

Até mais ver!

 Arlyson Ernesto

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Arlyson Ernesto, natural de Pindaré-Mirim/MA. Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão – IESMA. Desde 2009 é formando da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos.

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William Junior

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