Jojoh Fersan em: Jejum Cultural ou Jejum de Cultura

Jojoh Fersan em: Jejum Cultural ou Jejum de Cultura

Jejum Cultural ou Jejum de Cultura

Colunista Jojoh Fersan

Por Jojoh Fersan – 04.04.2017.

 

Pois é, nós passamos o ano inteiro assim, nesse jejum, porque não é o natal, não é o réveillon, não é o carnaval, não, não é a páscoa, não é o coelhinho da páscoa, não é o sábado da aleluia, não é o dia das mães, epa esqueci, não é o dia do índio (e esse tá pra morrer), não é a semana da pátria (que pátria mesmo?), nem é a eleição, nem é o natal….

É toda a cultura que tá de jejum de bons produtos culturais que resgatam, que celebram, que preservam a minha história, do que como, do que vivo, do que me fez ser daqui, dali, dacolá, mas que acima de tudo me identifica, e que me dá um conteúdo “educante”, ou edificante?, informativo, de bom gosto, que me favorece como cidadão e como membro de uma sociedade organizada(?) que se preocupa com seu meio coletivamente, de uma cultura que vai sempre me beneficiar, e saciar a minha sede de saber e de fazer cultura, cultura que me engrandece e quiçá enriquece, cultura que não me entristece e nem me esquece! E nunca, mas nunca mesmo, me empobrece.

 

Eu tenho fome de cultura! Mas tô de Jejum não porque quero, mas porque me impuseram! Oh maldito Jejum Cultural, jejum que só me faz mal! Memórias perdidas, batalhas esquecidas, Jejum da minha vida, jejum de cultura!

 

O poder midiático e poder econômico e consumista exploram e ofertam um produto cultural instantâneo que não se preocupa em qualidade no que exprime apenas na qualidade de produção e massificação.

 

Os produtores de cultura de massa, em geral bons conhecedores da falta de informação que as comunidades de base tem, oferece-lhes um pseudo produto cultural de fácil produção mesmo sem conteúdo porque nessas comunidades ou na maioria delas as pessoas Infelizmente, ainda não sabem como preservar suas tradições e transmiti-las como parte de sua vida. Ao invés de viver para resgatar e preservar as tradições, faz-se memória delas. E copiam produtos longe de sua realidade achando que isso é desenvolvimento, é estar na moda.

 

E então da sua própria cultura, da vida dos antepassados do seu município ou estado… tudo o que se sabe é pouco ou, simplesmente, nada.

 

E o jejum Cultural continua a cada dia, a cada mês, a cada semestre jejuando e o ano passa jejuando e história passa jejuando, sem o ontem, sem o hoje e sem amanhã.

 

É só Jejum Cultural, Jejum de Cultura!

William Junior

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