Pindaré, 91 anos de puro rock?

Pindaré, 91 anos de puro rock?

 

Quando se fala no município de Pindaré, as primeiras coisas que vêm à mente são: Engenho Central, o rio e o bumba-meu-boi. Ah, o extinto “pau da paciência” também pode vim à tona. Elementos que representam a história, o progresso e a rica cultura legada ao longo de décadas e décadas. Claro, particularmente, cada um tem lá suas lembranças intensas, e quem sabe até secretas, relacionadas à cidade mãe da região do Vale do Pindaré.

 

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Não só no bolo de lembranças, mas como aspecto cultural, uma das fatias é do rock. Exatamente, do bom e velho rock. Assim como todo estilo musical, o rock fez parte da história deste município. Sendo com mais destaque na sede, onde existiu até um movimento underground relativamente forte iniciado em meados dos anos 90. Digo ‘relativamente’ se for considerada toda a cena do estilo metal, principalmente o extremo aqui na região.

 

– Esse movimento de Pindaré começou em 1992 quando os Anjos Mórbidos, o movimento de Santa Inês, conheceram um jovem de lá chamado Giuliano. Fizemos uns Pindaré Rock Fests, somente com som de danceteria tocando Heavy metal – explica Ferdinand André, uma dos precursores do movimento rock na região.

 

O movimento foi ganhando força ao passo que mais pessoas se tornavam adeptas do rock. Foi quando, sedentos de shows do estilo, os roqueiros passaram a realizar festivais em que várias bandas se apresentavam. Por meio desses festivais, além de disseminado, o rock criava um intercâmbio entre as bandas regionais com o público local. Roqueiros de toda a região participavam! Eram em eventos assim que os amantes do estilo tinham a oportunidade de ver as músicas de suas bandas preferidas sendo tocadas ao vivo.

Um dos últimos festivais do gênero realizado em Pindaré foi em dezembro de 2005, no Espaço Fama: Pindaré Rock Festival. Uma mistura de estilos indo do punk rock ao metal extremo.

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O Maranhão esteve praticamente todo representado nas bandas que subiram ao palco. Entre elas, destaque para Página 57 de São Luís e Mortos de Imperatriz que até hoje estão na ativa. É importante mencionar três bandas de Santa Inês que fizeram parte deste momento:

Danger, que os integrantes impressionavam tocando grandes nomes do Heavy Metal.

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Horda, que transmitia toda a fúria do punk.

 

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E Fate, que seus três membros demonstravam total superação em tocar brutalmente o estilo Death Metal.

 

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Na época, a ascendente banda do sul do Estado, Mortos, reconheceu todo o empenho dos aspirantes headbanguers dali. “A galera apoiou a todas as bandas, fazendo com que fosse uma experiência única para cada uma, apesar de algumas dificuldades. É isso ae Galera de Pindaré-Mirim, valeu mesmo e quando forem fazer o próximo podem contar novamente com o Mortos” – mensagem descrita no Flogão.

O rock foi fincado em Pindaré, um trabalho tão árduo quanto aquele feito no século 19 pelos escravos na construção do Engenho Central. Entretanto, paradoxalmente, a luta foi para a liberdade cultural, quebrando todas as correntes que viessem de encontro à vivacidade de uma juventude que estava à frente de seu tempo.

 

O “anzol” pode até ser “pequeno”, mas o pescado rende um bom caldo. Em 2011, sob os olhares do padroeiro São Pedro, a cidade saboreou um pouco do legado deixado. Na principal Praça de Pindaré: Renatissimamente Russo, o tributo ao poeta do rock nacional, Renato Russo, evento liderado pelo pindareense Jojoh Fersan; embora em um seguimento bem moderninho, vale mencionar a banda Beta 16, formada por jovens de Pindaré; e, atualmente temos a Mãe Juanna, uma banda que surgiu no berço de Pindaré e ganhou rapidamente notoriedade no cenário rock na região Central do Estado.

 

É evidente que esses 91 anos de independência política de Pindaré não foram regados estritamente pelo rock. Na verdade, nem o rock tem 9 décadas de existência. No entanto, dos anos 90 pra cá, o estilo se enraizou nas entranhas da cidade, bem ao lado da Serpente, mantendo-se como uma lenda, pelo menos na mente de muita gente…

 

O rock criou asas. Hoje, que o grande movimento seja de unificação em prol do progresso deste fantástico município e, claro, que a trilha sonora tenha acordes sustenidos e estridentes!

 

Parabéns Pindaré!

 

Por: Pepero Caldas

William Junior

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