ARTIGO DO ARLYSON ERNESTO: Ano, o que tens de novo?

Ano, o que tens de novo?
      Passei a famosa virada de ano com meus familiares e amigos, vendo pessoas se abraçando e desejosas de boas coisas para o “novo ano”.

        Devo pessimistamente admitir, que não sou muito fã da história de virada de ano – tá bom: sei que sou antiquário! O que não me enche o coração é a comoção coletiva para dizer algo que no decorrer de 365 dias, nunca vamos fazer.

        Afinal de contas, quem nunca passou o ano inteiro fazendo burrada e, no começo de um novo afirma que vai melhorar? Quem também na hora da virada veste-se e pede muita paz, sendo que no ano inteiro foi um diabo na vida dos outros? Para quem vive assim não existe outro jeito: o novo será sempre velho!

        Não anulo, em hipótese alguma, o ideal de melhoras que todos temos que ter; como também não consigo entender que numa noite, em um simples piscar de olhos tudo vai se transformar de forma mágica. A realidade é mais dura do que surreal!

        Podemos sonhar que um ano será novo, quando nossos ideais deixaram de ser egoístas e se tornarem comuns: que ninguém passe fome (por conta de minha gula); que ninguém sofra (por conta de minhas ambições); que ninguém fique sem sonhar (por conta de meu individualismo). Aí sim, podemos dizer que valeu apena a virada.

        O nome já muito é sugestivo: virada de ano! É mudança, só que ela não acontece na hora dos beijos e abraços, é construída de forma lenta e gradual. Algo de dentro pra fora!

        Ao que parece, a virada de ano não passa de uma motivação para encher a cara de bebidas e, fingir que tudo vai passar e mudar, enfim, tornar-se diferente. Se assim for, alguma diferença que teremos é numérica: sairemos de 2013 e acordaremos em 2014, com uma baita de uma ressaca.

        A cada ciclo de 365 dias, temos a oportunidade de virada, de mudança, de nos transformar. Muita coisa será a mesma: janeiro será janeiro; julho será julho; papai Noel continuará o bom velhinho etc, etc… Contudo, nesse rolo todo o único que precisa mudar sou eu mesmo. Devo dizer ao ano novo que o amo tanto ao ponto de querer mudar, para acolhê-lo de forma digna.

        Ano novo é assim: pôr na cabeça que nada mais precisa ser mudado do que eu mesmo. Pois, novo não é o 1º de janeiro, mas sim o que planejei de bom para ele.

        Ainda há tempo, não mude só a folhinha da parede, mude seu coração!
Feliz novidades de 2014 a você!
Até mais ver!