ARTIGO!!! Arlyson Ernesto em: Um jejum diferente…

Um jejum diferente…

      Inúmeras e marcantes vezes lemos nas Sagradas Escrituras apelos e exortações dos Profetas sobre o jejum, ele é a expressão de um fiel que busca o perdão. Jejuar que dizer “[…] quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo o tipo de sujeição […] repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos […]Quando encontrar um nu cubra-lo”. (Is. 58, 6-7)

         Culturalmente entendemos por jejuar o abster-se de carnes e vícios, por um curto período de tempo, denominado quaresma. Entretanto, é pouco à nossa humanidade ferida e inclinada o abster-se de tais coisas – que tais não sejam válidas – o  jejum mais adequado é o da vontade.

         Jejuamos não somente porque pecamos, jejuamos porque queremos reparar; pôr em ordem nossos instintos. Pretendemos ao jejuar, lapidar nossa vontade (quase que flagela-la) tornando-a “escrava” e não senhora de mim.

         A reparação quaresmal é muito mais que privações, chamemo-la de lapidação.

         Privo-me de comer carne não por simplesmente ato de fé. Não comerei para sentir as mesmas sensações que sentem aqueles que nunca a têm para alimentação; não comerei aquilo que claramente costumo consumir, não simplesmente pela quaresma, faço por tensão de todos aqueles que mesmo querendo são privados de ter. Isso sim agrada ao Senhor.

Vestir o desnudado e alimentar o faminto é muito mais que ir ao encontro da sua necessidade é, antes de tudo, me fazer companheiro de suas “famintas necessidades”. Privo-me não porque tenho, mas sim por todos aqueles que mesmo querendo não poderão ter!

         Quaresma é isso: ensaiar o meu ego ao ponto de torna-lo como fera domesticada. É mortificando a mim mesmo que aprenderei a confrontar-me com o que de “pior” existe em meu egocentrismo.

         Por outro lado, não participa da assembleia dos “quaresmais” aqueles que tem espírito parecidos ao daquele homem que “ajunta grãos no seu celeiro”. Quaresma não é tempo de estocagem, é sim, tempo de privação. É a famosa história do “poder mais não querer”. Como diria São Paulo: “poder tudo, mas o tudo não convir…”

         Nesta caminhada só entram os capazes de trazer na fronte o sinal das cinzas. Pois nada temem, o máximo que lhes pode acontecer é “retornarem ao pó” – sinal visível de sua natureza complexa!

         Aproveitemos, pois, este “tempo favorável” para nossa conversão. Plantemos a semente da oblação no terreno do nosso ego… Quem sabe na Páscoa possamos colher coisa boa!

         Lapidemo-nos!
        
Até mais ver!

Arlyson Ernesto
, natural de Pindaré-Mirim/MA. Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão – IESMA. Desde 2009 é formando da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos.

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