TESTAMENTO: VALE A PENA LER!!!

 TESTAMENTO – MEU


POR ARLYSON ERNESTO

Pode até parecer engraçado, mas desta vez quero fazer meu testamento de vida. Engraçado?! Não que esteja me gorando, pelo contrário, quero deixar minhas palavras para que outros possam um dia saber quem fui eu.

            Deixo nada a meus parentes, pois, o que tenho nunca será digno do quanto cada um representa para mim. Quero deixar tudo para as futuras gerações; quero deixar minhas palavras de lamento sobre a minha terra.

            Para Pindaré-Mirim, deixo o meu pedido que ela nunca canse de estender a sua sombra acolhedora sobre aqueles que dela necessitam. Deixo-lhe minha marca em seu solo, para que onde andei um dia possam homens melhores do que eu pisar. Deixo para os professores a força para que nunca se cansem de acreditar que um mundo novo é possível. Deixo aos alunos a capacidade de lutar por uma terra livre de “quadrilhas” de honoráveis bandidos. Deixo para os que conheci o meu pedido!



            Nunca permitam que a nossa terra perca o seu brilho de 1882. Minha terra que deixei não é apenas algo físico, é antes, um estado de espírito. O velho Engenho Central, não é aquele prédio, mas sim, a história que guardam os descendentes dos escravos, em seus corações. Por isso, deixo aos homens que hão de vir a história que alguns se esqueceram de contar – que Pindaré-Mirim será a eterna Vila de São Pedro.
           

Deixo, portanto, à minha terra a junção das letras que agora lhe faço louvação. Pois, palavras nunca se perdem no tempo, pelo contrário, são sempre renovadas. Deixo à minha terra o consolo. Que ela nunca fique triste porque as suas filhas cresceram e ficaram rebeldes, pois, quero sempre ela com cara de interior – afinal de contas toda mãe fica feliz ao ver seus filhos crescer! Pindaré não foi feita para crescer em território, ao ponto de se tornar uma megalópole, foi feita para ser um lugar de espírito. Por isso ela não tem saída, pois, por onde se entra é por lá que se sai – pela pitombeira! Não é passagem, não. É para ficar, pois, quem que lá foi e nunca desejou ficar um pouco mais?

            Contudo, deixo a mim mesmo, o meu desejo como dizia Gonçalves Dias <<não permita, Deus, que eu morra sem que volte para lá!>> Deixo, por isso, o testamento-meu a todos os homens que ainda não descobriram o valor de nossa terra.
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