ARTIGO!!! ARLYSON ERNESTO EM ‘LUTO DE PREGUIÇA’

Luto de preguiça

Arlyson Ernesto
Ao que nos parece pode ser muito engraçado falar de luto de preguiça. Você pode já ter ouvido falar de um tudo, exceto que preguiça tivesse luto. Pois bem, preguiça não tem esse sentimento, mas acredito que no mais profundo de seu ser, possam sentir alguma coisa.

Luto não se sente por qualquer coisa e, muito menos, por qualquer pessoa. Só se tem este sentimento por outrem, por quem se muito compraz. Eu mesmo estou de luto. Não porque tenha morrido alguém de minha família ou algum amigo; mas, morreu um pedaço da minha história. Findou-se o que era para ser o eterno reinado das preguiças do pau da preguiça.

Sabe, sofremos às vezes por conta de coisas fúteis. Ou podemos nos preocupar com coisas do mesmo tipo. Mas quando se sofre em um espaço de tempo prolongado é porque o que se perdeu tinha valia. Tenho pena de meus amigos que nos últimos dias se deleitaram com a minha conversa fúnebre da morte da “árvore da paciência”. Devo admitir que isso mexeu comigo ao ponto de me fazer escrever este opúsculo.



Ah, Pindaré-Mirim! Um dia chorarás e muito por tão grande perda. Não perdemos algo de simplória relevância, mas sim, algo de tão “insignificante” que poucos se dão o prazer de refletir sobre. Ora, tanta coisa para se preocupar; para que se dá o papel de falar de árvore, de preguiça e, até mesmo de irresponsabilidade?! Como pertenço a uma maioria, me preocupo. Porque minha terra perdeu sua história. Pois, o “pau da paciência” não foi projetado para olhos comuns. Fora feito por olhos de amor. Sim, de amor de um casal que pôs um casal de preguiça na árvore em frente a sua residência. Sem mais nem menos aquele gesto traria à nossa terra olhares externos ao ponto de torna-la ponto turístico.

A finada árvore representava a união de gerações. Unia a antiga vila de São Pedro com Pindaré-Mirim. E, claro, com isso só se preocupam as enojáveis feiras de ciências das escolas, que elevam somente por minutos as belezas de nossa cidade.

E quem vai pagar a conta desse crime? Ninguém. Porque a árvore não pertencia a ninguém, logo, a ninguém afetou e a sua morte não trouxe admiração e, nem mesmo oportunidade para os honoráveis bandidos terem o que falar em suas tribunas de farsa legislativa.

No mais assim vamos tocando a vida. Com perdas, ganhos e lutos. Que não são somente nossos, mas também de adoráveis preguiças que sem mais nem menos perderam o que de mais nobre tinham – sua casa.

MATÉRIAS RELACIONADAS





Blog Portal Pindaré

desenvolvedor design

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *