Artigo do Arlyson Ernesto: Crise de crer ou de ser?

Crise de crer ou de ser?
 
ARLISON ERNESTO


      Não nos causa mais comoção alguma, saber que muitos irmãos nossos estão perdendo a Fé. O inacreditável, agora, é possível!

       Sabe, me causa muita preocupação o fato das pessoas, em nossa época, viverem alheias à presença de Deus. Vivemos hoje em uma crise e, não conseguimos defini-la. Não sabemos se não cremos ou se não somos, ou melhor, se nos perdemos!

       Dias atrás uma pessoa me disse: parece que o povo perdeu a fé! Aquilo me intrigou e pensei na matéria. Penso que não perdemos a fé, parece que estamos perdendo a nós mesmos. A nossa geração tem medo de si mesma; somos quase que “pseudo” homens. Se confrontados com um espelho, não nos conhecemos.

        Por esse motivo, a todo instante necessitamos de novidades – não que elas não sejam boas, me parece que precisamos toda hora preencher um vazio existencial e pessoal. Não sou mais o meu sonho. Sou o reflexo de modelos “referenciais”. O meu eu se perde, quando de suas raras aparições.

       Devido uma insatisfação pessoal nada mais presta. O mundo é o ó. As relações vulneráveis e, o outro o meu inferno. Revivemos pequenas guerras frias em nossos relacionamentos: um deslize é momento de atacar.

       E como a galinha de grão em grão enche o bico. O homem de remorso em remorso esvazia a sua vida. Os nossos semelhantes, passam agora a serem nossos estranhos; são seres que não percebo. O outro humano, não é se não mais um infeliz que caiu aqui!

       Se o meu semelhante que vejo, não percebo. Quanto mais um tal, Deus, que mora lá no céu; que fica lá longe; que tá por cima de meu ego! É difícil acreditar que Ele existe. É algo muito futurista, para a nossa era de mudança, de indiferenças e insatisfações.

       Deixamos de acreditar em Deus, não porque Ele não existe. É que Ele mexe com nossa estrutura.É muito forte, é maior do que eu! Não preciso de ninguém mais do que, eu devo ficar sempre por cima da carne seca.

       Deus é muito bom, por isso, me incomodo. Eu sou tão bom e como pode alguém ser mais do que eu? Nós somos tão bons que não admitimos ninguém mais do que a gente. Eu me basto. Sendo assim, porque preciso de alguém que me ajude?

       No mundo é assim: eu dito leis e, quando eu fracassar, procurarei um canto qualquer onde se fala de Deus. Os mais expertos, deduzem encontrá-Lo em suas simples casas, do seu jeito, não precisa ir ao Templo – não quero dizer que Deus não esteja em todo lugar. Só que é mais conveniente Ele ser do meu jeito, com a minha cara e sendo o meu “xará”.

       E os dias vão se passando, até que de repente eu olho pra trás e vejo o nada de minha vida. Bingo! Chegou a crise. Não conseguimos definir nem o que sentimos: se é vazia, angústia ou desespero. Recorro a tudo e a todos. Pesquisado todas as possibilidades, sobra Deus, e Ele não me fala nada: fica sempre lá no céu. Por isso, não creio n’Ele. Não creio no mundo. Não creio na minha mudança. Enfim, a crise não tá fora tá dentro de mim.

       O mundo não presta porque ainda não coloquei os óculos da verdade e, da realidade, para vê-lo melhor. Não existe crise de Fé simplesmente. Ela é filha da crise do meu eu. Sejamos verdadeiramente humanos para assumir nossas deficiências. Pois, afinal de contas: não somos tão “bons”?!

Até mais ver!
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