Artigo do Arlyson Ernesto: Olhando com óculos alheio…

Olhando com óculos alheio…

      Não tão feliz é a vida de quem depende de óculos para ver o mundo e as coisas. É uma chatice só. Sem contar as inúmeras vezes que se precisa limpar o dito cujo para que não embace as imagens.

        Devo admirar as pessoas que sentem vontade de usar esse adereço em seu rosto; eu ao menos – vitima desta “prisão” oftalmológica – não costumo dizer o mesmo… No fim de tudo parece que os óculos insistem em querer se tornar parte de seu corpo, na hora em que não usa, sente falta, chegando ao ponto de você se senti com uma ausência inenarrável.

        Só que os óculos se diferenciam dos outros adereços de nossa vida. Eles são exclusivistas. Cada um tem o seu e, nem adianta um querer pegar do outro – dá zebra – ou melhor, não dá para enxergar muita coisa. Talvez você já fez a experiência de pegar os óculos de outra pessoa e tido a ousadia de usar… É demais, melhor, você não enxerga nada e, ainda lhe sobra um embaçar de visão!
        
Conversando com um amigo esses dias, cheguei à conclusão que óculos e visão de mundo são eternos rivais. Explico! É de causar-me enorme rejeição algumas figuras que buscam sempre olhar o mundo, a sua realidade e, a sua própria vida com óculos alheio. Não dá, não cola, não combina…

        Estamos em uma sociedade de mandantes silenciosos e mandados barulhentos. Sempre olhamos tudo com olhos dos outros e nunca com os nossos; sempre necessitamos que alguém nos dite a regra, chegando a parecer que nunca aprendemos com se inicia e continua o lance da vida.

        Inevitavelmente é, ainda, muito tardia nossa autonomia! Estamos em um eterno regime ditatorial de conduta. Parece que o século XXI: das liberdades e autonomia, caiu por água abaixo! Morreu antes de sequer ser conhecido. Sua festa de lançamento foi boicotada…

        Em minha opinião – se é que ela vale muito – cada um deve ver o mundo com seus óculos, entretanto, o comum nesta história toda é a ótica que a produziu. Assim sendo, cada um verá o mundo a partir do seu grau e ângulo, pautado em uma experiência oriunda de uma mesma fonte – a ótica da verdade e liberdade.

        Caso contrário, passaremos tempo suficiente para desgastar nossa visão e dificultar a dos outros, pois, ou o dono usa seus óculos ou eu luto para vê algo com eles, o que não cola é tentar ver no embaçado do grau alheio… Fica a dica: cada um vê o mundo com seus próprios óculos!
Até mais ver!
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Arlyson Ernesto, natural de Pindaré-Mirim/MA. Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Estudos Superiores do Maranhão – IESMA. Desde 2009 é formando da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos.

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