Coluna – Nossa Cultura: Berço da Cultura do Maranhão, Pindaré prometido?

Coluna – Nossa Cultura: Berço da Cultura do Maranhão, Pindaré prometido?

Terra de grandes ícones como a histórica Maria Aragão, alguém na cidade já ouviu falar dela? Pindaré nos seus quase cem anos de história ainda espera aquele progresso prometido que acho que se foi com a fumaça do engenho central.

Pindare  vista aerea

Não se pode festejar muito, quando o que se tem pra ser festejado está nas últimas cinzas daquela fogueira que esquentou os couros dos tambores de bumba meu boi.

Quem lembra de João Cruz, quem lembra de Camilo e seu filho João Barros, quem lembra de Zé Furtado e seu legado musical? Quem conhece seu Euzamar Medeiros , Zé Bastos e os outros que ainda estão aí batalhando todo dia para que a nossa memória não seja esquecida?

Quem lembra da linda história que as artes cênicas (teatro) do GAAP  e do GRUTAP construíram pelo estado e pelo país? Quem lembra de D. Concita e Rita Estrela?

Alguns podem até dizer que não se vive do passado e que se vive do presente e do futuro. Mas ninguém é capaz de entender as transformações históricas e avanço de um povo, sem conhecer como era o antes dessa transformação.

E sim, Pindaré, por ser o berço da cultura maranhense, deveria ser reverenciada, antes pelos seus filhos e moradores, mas parece que estes, são os primeiros a deserdá-la culturalmente.

Os políticos, ignorantes ou descompromissados que são, esquecem que a vitrine cultural, é a melhor exposição da identidade e do desenvolvimento de um povo, e esquecem principalmente que a identidade cultural influencia na relação indivíduo-sociedade.

Um município não pode se desenvolver culturalmente se ele não oferece acesso à cultura e o que pode ser um problema apenas de má gestão, e, é também, se torna um problema estético onde não se adquire uma relação sensível com as obras de arte e os produtos culturais. Aí, se perde o bom gosto cultural. E isso deixa de ser um problema estético e se torna ético.

Em Pindaré, isso poderia ser entendido como uma coisa inconsciente se a própria política cultural não estivesse envolvida num grande jogo de interesses e poder. E aí o que resta dessa cena cultural, é o crescimento de uma estúpida ignorância que impede a comunidade de ter acesso para conhecer e aprender a valorizar a sua própria identidade e os seus valores culturais.

Posso ter sido grosseiro ao me expressar pra falar de tudo isso, mas é que amo tanto a nossa cultura que fica difícil para falar a respeito sem usar as armas possíveis e talvez a própria estupidez pra defender o que eu, e tantos outros artistas e produtores culturais tratamos como sagrado.

Feliz Aniversário Pindaré, que novos horizontes culturais se desenhe na tua bela aquarela de esperanças do teu povo querido!

Coluna – Nossa Cultura

Colunista: Jojoh Fersan

Colunista Jojoh Fersan

William Junior

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *